Por Jornalista Medeiros
Em um mundo cada vez mais dividido e sensível a símbolos, o papel das lideranças deveria ser o de promover o respeito e a unidade. Infelizmente, não foi isso que vimos recentemente com a publicação de uma foto polêmica do Presidente dos Estados Unidos, vestido como o Papa, em sua própria rede social.
A imagem, que rapidamente viralizou, causou revolta em diversos setores da sociedade, especialmente entre católicos. E com razão. É lamentável que o líder da maior potência mundial se preste a esse tipo de provocação, que em nada contribui para o debate público e muito menos para a paz entre os povos.
Não se trata de exagero ou de “mimimi”, como alguns fanáticos vão querer alegar. Trata-se de bom senso, algo que infelizmente tem sido cada vez mais raro entre figuras que ocupam cargos de extrema responsabilidade. A fé alheia merece respeito. Os símbolos religiosos, independentemente da crença, não devem ser usados como ferramenta de escárnio ou palanque político.
Vestir-se como o Papa — uma das figuras mais respeitadas do planeta — em tom de brincadeira ou provocação, é mais do que mau gosto. É uma demonstração de arrogância, de infantilidade e de desrespeito. É brincar com aquilo que, para muitos, é sagrado.
O melhor caminho agora seria um pedido público de desculpas e um sinal claro de arrependimento. Ainda que tardio, esse gesto mostraria que o presidente reconhece o erro e valoriza o diálogo com todos os cidadãos, inclusive aqueles que pensam diferente.
A liberdade de expressão é um pilar da democracia, mas ela não pode servir de escudo para ofensas e afrontas. Que essa imagem sirva, ao menos, como alerta: os líderes do mundo precisam reaprender a arte de respeitar.
